sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

MARCA...



Começo citando Fernando Pessoa, 



                  "Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, 

Não há nada mais simples 

Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte. 

Entre uma e outra cousa todos os dias são meus. " 
 F. Pessoa








Não venho para voltar a definir o que é ser Homem, porque já o fiz em outras intervenções ("Ser Homem"), apesar de achar que está bastante incompleto, porque somos seres e evolução, podemos sempre melhorar, não para atingirmos a perfeição, porque isso seria ridículo, mas para sermos mais de nós mesmos, melhores que nós mesmos... e fundamentalmente únicos. 
Quando eu morrer não quero nenhuma estátua no meio de um jardim, nenhuma placa fixada numa rua... porque apesar da fama passageira da homenagem, com o tempo, nada mais é do que mais um pedaço de decoração, onde os únicos que dão atenção serão os animais que a usaram para suas necessidades básicas... e um dia quando uma criança perguntar a algum adulto... "quem era aquele?"... o qual responde... "alguém importante para ter estátua"... 


QUE VALOR TEM ISTO? 

Eu não vivo para que um dia se recordem de mim como a única razão de ter sido importante, ser o simples fato de possuir uma estátua... para isso qualquer um manda esculpir e inaugurar... 

Mas eu não sou qualquer um... eu sou igual a mim mesmo, com minhas qualidades e defeitos, fiel aos meus valores, alguém que acredita no Carater. Quando pessoas fazem o correto na frente das outras chama-se ética, quando fazem o que é correto quando ninguém está a ver isso chama-se CARATER. 

Eu quero perdurar pelas gerações pelo que eu sou, pelas minhas ações, pelas minha atitudes e servir de exemplo quer no que fiz bem quer no que fiz errado, porque todas as escolhas têm consequências, e temos de saber lidar com elas. Ser lembrado nos corações em vez de ser recordado apenas nas inaugurações... e se pararem um pouco para reflectir conseguem com certeza o nome de algum grande Homem/Mulher, que é sempre recordado pelas suas ações e atitudes, que pela forma como viveram marcaram não só uma geração mas uma Era intemporal, e servem de exemplo e inspiração... 

Viver intensamente, viver não para que a presença seja notada, mas que a falta seja sentida... Quero viver tudo o que a vida tem para me dar, aprender tudo o quanto poder, amar mais do que eu poder, sempre seguindo como os grandes exemplo que tenho... com honra, verdade, sinceridade, carater e fundamentalmente sendo eu mesmo, igual a mim mesmo, Único na minha imperfeição, mas perfeito por ser diferente (ou não sou eu que sou diferente e sim os outros todos iguais... ).

Quero marcar a minha passagem no espaço e tempo, que minha passagem pelas estrelas seja marcada pela astúcia e coragem de quem sabe lutar... Quero marcas de sangue e cicatrizes que jamais conseguirão sarar... Que eu seja pedra nos caminhos, que eu seja flores nos abismos, que eu seja anjo e que seja condenado ao inferno... Mas que jamais esqueçam o amor que guardo em mim!!!
Que no império de fogo eu seja a salamandra Rei, que no reinado de minha amada eu seja a coroa,  no mundo dos meus amigos que eu seja o chão de barro para que eles me pisem que sintam meu corpo argiloso molhado e conheçam quem eu sou!!!
Quero ser qualquer coisa de caráter inesquecível, quero ser uma linha preta numa costura de ouro, quero ser um remendo nas calças de alfaiate, quero ser lata ao lado da prata, mas não tenho o mesmo formato daqueles botões de dois furos dentro da caixa. 
Ser diferente é fazer a diferença, ser igual é provar que se tem medo do mundo. 


P.s. Carpe Diem

livres dependentes!!!





Se eu começar por dizer que a humanidade é tendencialmente dependente, muito provavelmente serei tomado como um louco ou um perfeito exagerado, no entanto se me permitirem roubar alguns minutos para minha defesa. Depois disso, se acharem que foi um dispericio de tempo, não vos censuro, pelo menos levam um sorriso por terem lido um texto sem nexo.
Antes de falar na humanidade falo primeiro de mim, quem seria eu para comentar alguma coisa sem antes olhar para mim mesmo, para os monstros que habitam em mim... 
O que é um vicio? Senão uma dependencia de algo, quer seja consciente ou subconcientemente desenvolvida... Eu tenho imensas dependências, muitas delas fazem parte das minhas qualidades e outras dos defeitos, e não seria o que sou hoje se não existisse este equilibrio entre ambas. Alguns exemplos de "boas" dependências, digo boas, porque de certo modo não me prejudicam de alguma forma, são por exemplo as pessoas que eu amo, a capoeira, a astronomia, ser sonhador, entre muitas outras... Todas estas potencia-nos, dão força, foco, determinação para as lutas diarias, no entanto, temos o erro de nem sempre nos lembras-mos das coisas boas, de que é em momentos maus que estas ficam de lado, e é nisso que nos devemos apoiar...
Eu ja teve momentos muito maus, como toda a gente, e é nestas alturas em que somos mais "fracos" e caímos na tentação de procurar um escape, algo que nem que seja por um instante nos evada, nos teletransporte para uma dimensão diferente, algo que possa ajudar a que a dor seja mais suportavel, ou que nos faça esquecer os problemas... Pois em verdade vos digo, isso não só não resolve nada, como só piora, não é por não olharmos para debaixo da cama que os monstros irão deixar de existir... Na verdade, uma boa solução está bem ao nosso lado, mas acabamos por nem conseguir vê-la, se nós fecharmos os olhos não só não iremos ver o problemas, assim como também não iremos ver soluções. E podem até me dizer que há casos diferentes, o que é verdade, mas o principio é o mesmo...

Além de pequenos vicios prejudiciais à saúde, como café, chocolate, etc... Eu estive perigosamente dependente de algo que colocava a minha saúde em causa. É sabido que praticar desporto é saudável, o que as pessoas se esquecem é que tudo que seja levado ao extremo provoca um desiquilibrio. Eu em tentativa de escape, levei o exercício ao límite, e descobri que ultrapassando a barreira da exaustão e da dor muscular (dor é a forma do nosso cerebro dizer que algo não está bem), os musculos começavam a produzir fermentação lactea, um acido que derramado nas células funciona como uma descarga de adrenalina, provocando um efeito de extase seguida de um efeito anextésico equivalente à morfina. Esta era uma forma que eu usava para levar-me para além de tudo, ficava de tal forma anestesiado que por breves instantes era como se não houvessem problemas... Mas passado o efeito, tudo continuava igual... O que fazia? Claro... Repetia o processo, uma e outra vez... Vezes sem conta... Provocando lesões graves, ruturas, levar os orgãos ao limite... Levando-me a mim próprio para lá do limite. Na teoria, eu não estava a fazer nada de errado era desporto, mas na pratica era totalmente o contrario, estava dependente disso para me ajudar a aliviar a dor. O que foi preciso para mudar? Bater bem no fundo, e é ao lá chegar que muitas vezes percebemos que a luz e a saida está bem atras de nós. Hoje em dia, pratico desporto com todas as letras e respeito que merece, quer cada modalidade, quer a mim mesmo, um respeito mutuo. E admito que ja existiu muita tentação de voltar a cometer o erro, no entando em cada uma dessas vezes eu penso nas pessoas que amo, e que ao projudicar-me a mim estou a projudicar a elas, e ja as magoei muito...
Existem diversas tentações que nos tendem a levar a apasiguar a dor, e o ser humano sofre imenso, é aquela curiosa espécie no universo que é capaz de ter sonhos magnificos e grandiosos, como pesadelos terriveis, e sentesse eternamente só... Mas não estamos...
O alcool é um dos exemplo... Diversas vezes se ouve dizer que é para se divertir, conviver... Estou totalmente de acordo, por mim falo, gosto ter uma pausa para ir beber um copo. Mas muitas vezes, demasidas vezes, caimos na tentação de levar ao extremo... É verdade que com o consumo de alcool ficamos mais descontrídos, alegres... Nesta fase conseguimos perfeitamente seguir o que tinhamos inicilmente traçado, conseguimos realmente nos divertir... No entando, se continurmos a consumir alcool, entramos numa fase de descarrilamento... Porque deixamos de ter perceção do que nos rodea, deixamos de conseguir usufruir da companhia de quem nos é próximo e por vezes até, acabamos por estragar a noite a outras pessoas porque têm que ter uma atenção redodrada... E aí eu pergunto... O que preferem? Sair e beber com moderação, e poderem disfrutar em pleno do convivio com quem se gosta? Ou beber até apagarem, e no dia seguinte no lugar das boas memorias fica uma dura ressaca de corpo e de espirito?...
Beber com moderação é "saudavél"... Mas ultrapassando o limite coloca em causa a sua integridade e de quem está proximo... Todos os dias somos bombardeados por casos em que diversas pessoas sofrem devido a efeitos colaterais de quem bebe demasiado... E o que é certo, e por muito boas pessoas que sejam sobrias, se têm conciência que por causa do alcool fazem sofrer quem lhes é importante, certamente não voltariam a tocar em uma gota de alcool, no entanto não é o que acontece... 
Eu poderia referir aqui dezenas de tipos de droga diferentes, e outras centenas de consequências que trazem... Todos nós sabemos e convivemos diáriamente com esta realidade, diversas vidas perdidas por embranharem num mundo quase sem retorno...
Para poder falar com mais pormonor sobre este assunto teria que dispender diversas folhas e mesmo depois de terminado não estaria actualizado... 
Posso aqui referir o jogo, o qual admito que sempre me senti tentado, no entanto é uma dependência silenciosa que nos corroi por dentro. Como o caruncho faz à madeira, que quando se dá conta do que se passa, já quase tudo se desfez em pó...
Outro assunto que me trás aqui hoje é o tabaco... Este ao longo da história já teve diversos papeis, entre os quais até já comparado como algo benefico para a saúde, mas que com registo de consequências ao logo dos anos provou totalmente o contrario... Em tempos destintos era sinónimo de estatuto, e bem sabemos como a sociedade reage aos estatutos... Mas isto torna o mercado muito instável para os produtores, deste modo, foram sendo adicionados aditivos com a intensão de tornar o produto ainda mais atrativo... O que de facto conseguiram... Até de mais... Porque foram tão longe que interviram no livre arbitrio do ser Humano... O tabaco é um dos principais originadores de cancro e consequente morte... E se olharmos para a faixa etária, cada vez mais os novos consumidores são de menor idade... 
Comecei neste texto por falar de mim, e assim continuo... Eu nunca fumei um unico cigarro... E não foi por me repreenderem, porque isso, naquela idade pelo menos era motivo para experimentar... Admito que a uma certa altura me senti tantado, mas tudo isso mudou... Eu sou apelogista, não da proíbição ou isolamento de determinado assunto, mas no cultivo de alternativas... Não é ao impedir determinada ação que iremos evitar que aconteça, não é ao fechar ao fechar o olhos que os monstros vão deixar de existir... O mais correcto é demonstrar que existem alternativas melhores, e quais as consequências disso... 
Foi isso o que me foi transmitido um
dia por um grande homem, o meu avô, ele fumou imenso ao longo de muitos anos, e ele nunca aparentava problemas físicos, no entanto, à acerca de 25 anos atrás (bem antes de eu ter nascido) o corpo deu-lhe um aviso, ao passo que os médicos lhe disseram que naquele momento tivera imensa sorte, mas se queria viver mais uns meses teria que deixar de fumar de vez... E assim o fez... 
E ele viveu mais duas decadas, e dizia-me sempre, que apesar do bom que era e de como se sentia ao fumar, sentia-se grato todos os dias por ver mais uma vez as pessoas que amava, e dizia que por cada cigarro que fumara, perdera um dia da sua vida ao lado das pessoas que se ama, por cada vez que pensasse em fumar ele lembravasse que muito além daquela necessidade, muito além daquele querer, ele cultivou algo mais forte, pensando nas pessoas que ama e que elas são mais importantes, que elas são o motivo para lutar contra o vicio... Estas palavras sempre me ecoaram bastante ao longo de toda a vida, e nos curtos 22 anos em que cá ando, ja vi demasiadas vidas destruidas por causa do tabaco... E foi inevitável, criei esta apressão, e por cada vez que uma pessoa de quem gosto fuma, sinto-me revoltado com o tabaco, porque por cada passa dada, é um momento que rouba de mim, é uma parte de que rouba de mim, assim como roubou-me parte do tempo com o meu avô...
Eu estou aqui apenas a tentar dar um ponto de vista diferente, como disse no inicio, não sou melhor nem pior do que ninguem, tenho os meus defeitos e qualidades como qualquer outro leitor... No entando, num mundo cada vez mais dependente, e apenas venho tentar mostrar uma alternativa... E que existem alternativas... 
Como entender se o maior bem da vida é viver?
Se tu tens consciência dessa tua dependência, seja ela qual for, e deixas teus sonhos apagarem-se...

Ah! Nem sei o que imaginar... Ja estive literalmente dentro de um hospital, meus olhos vislumbraram um fim fatal... E nesse momento mais importante que compreender é dizer para ti proprio... grita... pede ajuda... Planta em teus pulmões ar puro... Em tuas veias sangue limpo... Em teu corpo uma disciplina... Em tua cabeça novas regras ao jogo...(...)
Vai à praia... sobe montanhas... escala muros... Vence e tua fraqueza, usa de tua astúcia... realiza esta difícil proeza... Super o vício que absorve-te e tua carência não resolve.
Não sejas passivo, abraça novas expectativas... Faz-te locomotiva e reboca outros vagões enfumaçados... Não escondas atrás de nenhum vicio teus segredos e teus medos...
As depêndencias são uma perigosa companhia, aparentemente preenche tua alma vazia... Mas cada recorrência a ele vai asfixiando tua vontade, cortando tua vida pela metade. Tua voz cada vez mais rouca dificilmente será ouvida e tua escolha cada dia mais contundida! Essa sensação não alivia o peito, isso é falsa conclusão, essa sensação te levará fatalmente ao leito... Leito da morte... por própria opção!
Hoje ainda há tempo... Mas amanhã... Teu corpo cobrará... E alto será o preço...
Vive a vida, torna cada segundo extraordinário, não desperdices segundos de tua vida em vicios, ja temos tão pouco tempo para viver...


P.s. Carpe Diem

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Menino que conta estrelas



Numa noite fria e escura de inverno, onde até a lua privara a humanidade de uma restia de luz e calor, como se estivesse cansada de ver tanto orgulho, prepotência e dor... Num silêncio insurdecedor lá estava ele o menino que contava estrelas no céu, ficava a noite toda sentado ali no descampado, contando as estrelas...
Estrelas essas que muitas vezes eram os Planetas do nosso Sistema Solar, porém o menino não sabia disso e era chamado de o menino das estrelas ali na sua pequena aldeia onde morava com sua família.
Ele contava todos os corpos celestes que brilhavam no firmamento do céu, lá perto no lugar onde as montanhas tocam no manto azul... Seu sonho era de quando crescesse e se tornasse adulto, de ser Astrónomo e cuidar das estrelas do firmamento... Nos nossos céus do pequeno jardim à beira mar plantado, cheio de constelações... Menino tu és um sonhador mas o teu sonho é lindo e alimenta as nossas almas de sonhadores como tu!!!
Céu das constelações dos nossos sonhos de infância de compreender o nosso Universo e a nossa própria Galáxia a Via Láctea. Um Planetário o Mundo bem ao alcance dos nossos olhos, da nossa imaginação... doce ficção da nossa própria criação através da nossa visão de criança!!! Provoca uma certa inquietação...
Essa inquietação que move-me e cobra e a toda hora quer por-me à prova, rasga minha carne, desnuda meu ser.
Em determinado instante inflama e explode em letras, traduzindo o que me provoca.
Essa vontade louca de colher palavras e em delírio extremo, intercalá-las, em versos de lirismos e protestos, versos que dispensam rimas, mas casualmente, se posicionam no final da linha.
Traçam o alvorecer da essência e o crepúsculo de sua origem... Inquietação nascente dos badaladas das horas que vão e vem, e na verdade, só vão... marcando um tempo vadio a arder meu peito que, sem jeito, num ardor profundo, acalma-se e cala, quando em poesia tento descrever as aflições do mundo.
Venho assim lá do fim do mundo onde manhãs são estrelas riscando o céu de dia, luzindo sobre o orvalho e o nevoeiro onde a lua redonda se declina e lança o seu brilho mais profundo. Onde a lua da meia noite é rei vestido de ouro, chicote que arrebata e desvenda o tesouro, Deus irreal, imortal, luz que nunca se acaba dourando a Terra adormecida que a seus pés se deita, vencida e a paz do infinito surge de um portal.
Venho das serras mais distantes, campos e flores exuberantes, matizes, cores em gradações que encantam os olhos já pesados, acariciam a relva e os pés cansados, as caminhadas e tribulações.
Venho e trago a paisagem mais bela pintada com tons de aquarela ceifando rancores, mazelas sobre o andor da devoção regado à imensa emoção...
Onde o profano desfia o rosário, o céptico se ajoelha ao sacrário e o sagrado é mais que uma oração. É um pedido proclamado em homilia, é a vontade de gritar que ainda é dia, que hoje e sempre é dia de reconstrução.
Quero...Ser o elo entre o mundo e a paz, a vida simples de quem é capaz de unir humildade e grandeza, sabedoria e beleza com a mansidão de um barco aportando o cais...
Quero...Ser rio que chega ao mar vencendo as batalhas de seu fluxo ao contornar as pedras , colidir em rochas, modelar-se à opressão das margens, nortear as águas durante seu percurso, único recurso para estancar a sede.
Quero... ser o filme dos instantes felizes, o ancoradouro das melhores lembranças, a saudade que faz companhia quando a ausência marca triste mudança e a vida mostra o outro lado da face, um lado sombrio, que se desconhecia.
Quero... ser o frágil menino capoeirista, gingar o corpo ao redor da rima, de seu interior ouvir a melodia inspirada na arte que combina passos , compassos, coreografia , todo espaço irreal, sua geografia sendo transformado em poesia.
Quero... ser a tarde e sua nostalgia, cores indecifráveis a findar o dia num céu que rouba toda a magia na transição de fim e recomeço, reverenciando a noite, o luar, as constelações do espaço estelar preparando mais uma manhã.


P.S. CARPE DIEM

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Palavras...


Se eu conseguisse ter palavras que fossem suficientes...
Para tentar explicar...tudo que meu coração sente....
Nem se eu quisesse poderia explicar...
Porque seria impossível fazer-me entender ...porque não existe nada tão grande que eu possa igualar...
Mas se eu fosse descrever ou fosse comparar...
É algo mais belo que o sol do amanhecer... a nascer sobre sobre o mar...
Mais perfeito que as estrelas... em uma linda noite de luar...
Na verdade mesmo que eu procure... não existe explicação... e nem mesmo as mais belas coisas do mundo ou universo...
Podem ser comparadas com o meu coração... que leva um sentimento verdadeiro e tão profundo...
Posso apenas dizer que nunca tinha sentido...
E se isso é poder ter-te...não quero nada perguntar...
Porque esse sentimento tão intenso...
O único medo que posso encontrar...
Algo que não quero nem pensar... e se tivesse nunca iria conseguir entender...
É impensável não te amar... e insuportável a ideia de te perder...
Quero sempre perto a pessoa que fez-me encontrar...
O que eu já duvidava que existisse...
São poucos os que sabem amar...

Vou juntar as alegrias que souber, para todas desejar dá-las a ti.
Por um anjo, uma estrela, o que puder, num soprar da noite, ou no que vier, que as entregue e diga que é apenas sorte tudo desejado deste “bem te quer”.
Sinto tanta falta de ti, falar-te coisas doces, ou sem coordenação, as dizer... Quanto és linda... E poder olhar em teu rosto, um riso acender.
E vir clara certeza, que ali, vejo a mulher que eu amo.
Das palavras que penso, ou li, encontro teu nome... amor te chamo.
Só em tua pele um tal cheiro faz morada, ao sentir, os olhos cerro...
E perto a boca, deixo em derradeiro, meu pensar... Apenas provo e quero.
A pele macia da carnuda boca, e o movimento dos lábios no beijar.
O molhar da saliva a língua toca, ballet de esquecimento e esfaimar ...
Mas, desejo mais , o todo e o detalhe.
Quero os cabelos, e o ar, quero ser em ti, a nos fazer entalhe, quadro, as cores a pintar...
Quero ser teu... e sou. Vem e leva-me...
Enterra-me em teu ventre e acaba-me e a amarei até o descer da neve, verter, escorrer num não mais cabe...
Quero ser somente o que faz-me ser, ser simplesmente quem a ama...
E sê apenas o que és, e me fazes ser. Teu nome: Amor... Assim te chamas.
Vem entregar-te para mim, como a primeira vez, vem delirar de amor sentir o meu calor vem me pertencer.  
Serei os teus pés nas asas do sonho rumo ao teu coração
Eu estou carente desse teu abraço que me faz perder a noção do tempo...
Desse teu amor que me deixa leve como uma semente ao sabor do vento...
Eu estou carente desses olhos negros, mar profundo que me faz mergulhar e não querer mais voltar...
Desse teu sorriso branco feito neve, motivo do meu sorriso...
Eu estou carente desse olhar que mata, e me faz viver a cada instante que vivo...
Dessa boca quente revirando tudo, tornando-se meu sabor favorito...
Estou com saudade dessa cara linda, minha flor, meu girassol...
Me pedindo "fica só mais um segundo", e me abraçar bem forte...
Estou feito mato, desejando a chuva, desejando molhar-me do teu néctar...
Madrugada fria, esperando o sol, querendo teu calor, tua fonte de vida...
Estou tão carente feito um prisioneiro, tu me libertas, és minhas asas para voar...
Estou com vontade de enfrentar o mundo, luto contra tudo por ti...
Ser para sempre o guia do teu coração, estar nele e ser motivo para continuares...
Sou a metade de um amor que vibra, e explode no mais belo dos sentimentos...
Numa poesia em forma de canção, nas ondas de toda esta emoção...
"Sem você, sou caçador sem caça
Sem você, a solidão me abraça
Sem você, sou menos que a metade
Sou incapacidade de viver por mim
Sem você, eu sem você"
Não há palavras que possam descrever, não existem dicionários que consigam compreender o que sinto. Não é dizível só em palavras, mas demonstrado, vivido... durante uma vida... para além da vida... 








P.S. Carpe Diem

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dos confins...

Bem lá do alto em todas as direcções, bem dos confins do universo.
Brilham em todas as cores, choram raios de luz, tal como amores.
São a indicação que algo mais consegue existir, ficam fixas nos céus, muito depois do sol partir.
Essas estrelas que olham para mim, são beleza, encantos do infinito, somente brilham, mas fazem o céu ficar bonito.
O que pensarão elas, quando para baixo estão a olhar, será que me estão a ver, ou simplesmente a conversar. Esse olhar brilhante, que vem de todas a direcções, são somente olhos que me vêem, em todas as constelações.


P.S. Carpe Diem

Roses...

     Se algum dia eu registasse as dores que vivi, espinhos que colhi...
O mundo continuaria a girar trazendo a noite e o dia, as mesmas emoções sentidas permeariam , sob medida, as imutáveis estações elegantes ou mal vestidas.
As mesmas esperanças no amanhecer, mesmos pedidos de novas oportunidades, recomeçar ou renascer...
Mesma nostalgia ao entardecer, se poesia eu quisesse escrever alguns realces poderiam surgir, novas nuances a se expandir pressionando o sorriso a marcar o papel...
Se eu chorasse, se eu gritasse ou implorasse... Não faria diferença ao mundo... 
Só quem sentiu na carne, o espinho, sabe expressar a beleza de uma flor... Só quem pisou as pedras do caminho sabe que ao chegar, supera a dor... Só quem molhou a terra de suor sente na chuva, gotas de frescura... Só quem se perdeu no breu da escuridão, vê, mais intenso, das estrelas, o clarão... Só quem viveu o rigoroso inverno consegue ver de perto a primavera... Só quem sobreviveu a um fracasso
sabe do calor de um abraço... Só quem soube realmente perdoar revela sua capacidade de amar... Só quem faz de seus sonhos, poesia, sabe que tem asas para voar...Só quem sofreu a dor de uma partida sabe que apesar da dor, é lei da vida... Só quem sentiu o fogo do inferno sabe da felicidade de se alcançar o céu...
Num dos dias que compõem a minha vida... 
Ao andar sem destino pelos bosques do meu viver...
Sem rumo, sem nada pensar ou sonhar, encontrei um galho seco de uma linda roseira....
Parei, olhei e sonhei com ela.
Passei momentos, talvez horas de admiração... Querendo sentir seu passado...
Os eternos momentos de pura solidão e de tristeza que ela passou...
Como também seus momentos de grande reinado...
Onde era única pelo seu perfume inconfundível mui envolvente, seduzindo e levando a um gostoso sonhar....
Nos seus espinhos vi o difícil acesso a lhe tocar.
Vi a dificuldade de poder te-la ou possuí-la...
Dentro de mim, ficava aquela vontade louca de poder tocá-la, acariciá-la e me embriagar no seu especial perfume do amar.
Mas num momento, talvez de pura inlucidez ou de profunda loucura...
Tomei a decisão de saciar minha paixão e profundo desejo de possuí-la...
Então resolvi levar aquele pequeno galho seco cheio de espinhos para meu lar...
Passei todo um interminável inverno a cultivá-la e amá-la...
Uma certa manhã pude ver uma pequena folha que dava seu ar de vida em pleno verão....
Os dias de amor e paixão eram regados com meus mais puros sentimentos ...
Certa noite de primavera ao deitar, pude encher meus olhos de lágrimas
ao ver um mui pequeno botão a se dilatar ..
A noite foi de sonhos...
Uma angustiante ansiedade tomou conta do meu ser na espera do amanhecer...
Aos primeiros raios do dia pude sentir uma mui gostosa sensação
no meu íntimo que era o amor!
Algo devassador que ardeu em meu peito e encheu meu coração de paixão...
A primavera chegava e com ela os botões e outros galhos,
cheios de folhas e lindas flores que me fizeram um eterno amar...
Suas raízes profundas enraizaram-se no meu ser...
Sabe, hoje depois de tantos verões...
Loucos invernos, sem falar das primaveras que fizeram um eterno amar...
Agora posso dizer-te :
És meu botão de rosa...
Minha mui especial flor...
O meu mais profundo inspirar...
Meu eterno desejar...
Com teu perfume fazes o desabrochar da minha paixão em eternos poemas de amor...
Nos meus versejares de paixão o meu realizar...
Limito-me ao teu perfume que me faz sonhar e delirar...
Nas carícias de tuas pétalas um mui especial e louco apaixonar...
Mesmo sabendo da dor dos teus espinhos, não consigo e nem quero de ti me afastar ...
Pois és o meu eterno e mui gostoso amar...



P.S. Carpe Diem

sábado, 3 de agosto de 2013

"Tenho em mim todos os sonhos do Mundo"



"Tenho em mim todos os sonhos do Mundo" - Fernando Pessoa

Sonhar... basta só palavra para provocar uma reacção em nós...  em uns de magia, em outros de pura defesa e fecham-se dentro do próprio peito...  
Os sonhos podem ser interpretados como a energia necessária a continuidade de nossas vidas, pois é através deles que encontramos motivos para caminhar. Às vezes sonhamos em abraçar o impossível,  e mesmo que o este esteja distante, ainda persistimos em acreditar que algum dia o alcançaremos.
O homem que não sonha, não vive, e se vive, está morto. Não digo morto fisiologicamente, porém, seu espírito compadece em grande aflição e dor, pairando sobre um abismo que pode não ter fim. Não devemos ousar deixar de sonhar, já que a própria realidade de nossas vidas são frutos do sonho de outros.
A cada soar de uma canção podemos encontrar sonhos reflectidos descrevendo outros sonhos já vividos que deixaram de ser ficção. Tudo ao nosso redor, um dia, foi um sonho de alguém que ousou ultrapassar os limites da realidade para fazer o impossível perder sua soberania e cair perante a força que o coração tem.
Não existe limites para quem sabe sonhar. As limitações que experimentamos são frutos de nossas próprias acções, pois a cada dia deixamos morrer dentro de nós algum sonho, esquecido na mente daquela criança que outrora foi feliz.

Sonhos... que bela mistura de cores, esperança e fé...

Queria nesse momento...
cores.

Não as cores costumeiras,
desgastadas, rameiras,
que os olhos já se cansaram de ver.
Mas aquelas impactantes,
surpreendentes, arrogantes,
mais do que cores...Perfeição!
Tonalidades únicas...Aparição!

Queria nesse momento...
flores.

As mais singelas, campestres;
colorir as suas vestes
de cores transcendentais...
Fazê-las sorrir, anormais,
sentindo-se entre todas,
as mais belas...
E de sua essência, o primor,
matéria-prima para nosso amor.

Queria nesse momento...
o poder.

Não aquele que domina,
que aliena, obstina,
roubando do homem a estima,
seu desígnio de ser...
Mas o poder que eleve,
levando-me juntinho a ti...
Onde só o amor se atreve
a ser dono do poder...

Não aquele que se acaba,
*...infinito enquanto dure...
Mas aquele que perdure,
entre cores e flores...No apogeu!
Único e verdadeiro...O Teu!



Quando o silêncio é paz... É um recanto encontrar, lindo e ideal para pensar, no que a vida nos traz.
Quando o silêncio é paz... É ter tempo para sonhar, admirar as estrelas e o luar, beleza que sempre se refaz.
Quando o silêncio é paz... É um toque, um afagar, é envolver, é abraçar, todo carinho que se faz.
Quando o silêncio é paz... É com um beijo a razão calar, é deixar o coração falar, e sentir a paz que o amor traz.

Somo uma espécie interessante, uma mistura interessante, somos capazes de sonhos tão lindos e de pesadelos terríveis. E senti-mo-nos tão sós.... mas não estamos... sejamos capazes de Sonhar, e Viver... Temos tão pouco tempo...





P.S. Carpe Diem

It was a dark and stormy night...



Quando vou a andar e sem querer tropeço em memórias...!

RISCA...

Quando paro à porta da antiga fábrica onde tu trabalhavas...!                 

RISCA....

Quando a fábrica onde tu trabalhavas surge de repente aos meus olhos, sem eu a ter procurado, e...!

RISCA.....

Passam de repente nos meus olhos muitas imagens, uma delas é a porta da fábrica onde tu trabalhavas. Ali me deu uma vez dez escudos para....!

RISCA......





É um mero poema num café. Dele, 
faz parte uma mesa de café e um café.
Depois olho pela janela do café
e não está lá fábrica nenhuma,
não está lá porta nenhuma, e também
sinceramente não tenho bem
a certeza de ser eu que estou aqui.
Mas o meu avô estava lá de certeza...





P.S. Carpe Diem

sábado, 15 de junho de 2013

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."


"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." - Saramago
Há um doce relevo que me conduz à recordação, trazida pelo vago entre a tarde que morre e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar e pelo espaço vazio entre os dois momentos... final da tarde e início de noite... Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade que invade e toma forma, para fazer-se notar...
Então vejo-te Avô...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar... brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante... Cabelos discretamente Brancos, como flocos de neve de Inverso, apagados...
Olhos que acariciam-me, enfeitam-me... E deito-me em Teu colo tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora...
Utópico pensamento que me consola. Tuas mãos calejadas no meu ombro fazem-me renascer...
Adormeço com o teu cântico a me embalar ... e de novo me gerar.
Meu Avô...Eterno Pai...
Acordo... enquanto o doce encanto se desfaz... olho para o espaço vazio entre a tarde que se vai e a noite que ainda vem. É o momento de reencontrar a Saudade...
Saudade 
Hoje não consegui conter toda essa vontade de dizer...
Hoje meu coração procurou desesperado por ti...
Tenho saudade de te...
Hoje quero falar de saudade, descrever contra o vento enquanto o pensamento alimenta meu tema (saudade) meus olhos iniciam os versos enquanto eu rabisco enxugando-os, meu coração acelerado procura no ar teu cheiro, aos poucos posso ouvi-lo dizer... Queria tanto ter-te aqui...
Enquanto minhas palavras procura um caminho nestas linhas tão perfeitas da saudade buscando a brisa a favor que me faça voar através do tempo e distancia e possa abraçar-te... ah como queria esta juntinho de ti... Tenho saudade de tuas mãos procurando-me acalmar durante as tempestades...
Saudades de ficar olhando-te só por te olhar
Saudade de ficar a teu lado só por estares lá sentado
Saudade das pequenas acções, saudade de ver-te caminhar
Saudade de ouvir-te falar
Saudade de ver-te sorrir
Saudade de poder abraçar-te
Olhar em teus olhos e sentir-me o menino mais protegido do mundo
Não há fim, não há tamanho apenas tenho saudade....
Eu sinto cada batida do meu coração triste enquanto minhas mãos descreve saudade...
Por que descrever saudade deixaste-me com tanta vontade de dizer-te bem de perto...




P.S. Carpe Diem


Watching the night sky


Como Astrónomo (ainda que amador), sempre foi inevitável olhar para toda aquela imensidão que nos envolve num infinito sufocar... sem fazer perguntas existenciais!!! Solidão, Saudades, Origem, Futuro e acima de tudo Amor... 
Em algum lugar do universo, alguém procura alguém. Mas não sabe quem, nem qual é seu nome. Mas aspira que alguém apareça. Em algum lugar do planeta, nestas luzes acesas existem pessoas a divertirem-se e a desejar que jamais esta noite acabe. E pessoas a sonhar. E pessoas a dormir e pessoas que não conseguem dormir por preocupação.
Alguém ligou a luz para ver as horas. Alguém torce para que as horas passem. Alguém querendo que a semana acabe. E alguém deambulando em seus pensamentos, procurando no que se preocupar. E alguém que não tira alguém da cabeça. Alguém esperando uma mensagem, alguém recebendo sem nem dar importância. 
As pessoas a agir errado porque não sabem mais o que é certo... Alguém a agir errado porque o certo não adianta mais... Alguém a pensar quais serão suas consequências mais tarde... Alguém olha as luzes... Alguém tem tudo nas mãos mas não sabe como agir.... Alguém que não aguenta mais esperar e vai ligar...
Mas ninguém atende... Alguém sabe que a lua ilumina o céu, mas só consegue olhar a solidão... Alguém cansou de errar... Alguém que justifica seus actos... Alguém que espera respostas... E alguém que vai dormir para o tédio pare de consumir... Alguém que precisa tanto de alguém que não sabe o que fazer quando encontrar!!! 
E quando encontrares, vê... Ela pode não estar a pensar em ti a cada segundo do dia, mas ela dar-te-á uma parte dela que ela sabe que tu podes partir - o coração dela.
Então não a magoes, não a mudes, não analises e não esperes mais do que ela pode dar.
Sorri quando ela fizer-te feliz, diz a ela quando ela deixar-te com raiva, e sente a falta dela quando ela não estiver por perto.
E Alem do não saber o que fazer, quem sabe, não saber o que dizer...
Acho que nunca te disse o que sinto por ti.
Não consigo.
As palavras parecem-me sempre fechadas... objectivas... finitas... comuns... vulgares!!!
E não é nada disso o que sinto por ti.
Assim, quando me olhas nos olhos, rendo-me lentamente…. e deixo-te entrar.
Deixo-te vaguear dentro de mim. Deixo-te deambular por cada canto dos meus sentimentos.
Deixo-te ouvir, numa linguagem que só nós entendemos, todos os meus medos, as minhas angústias, as minhas dúvidas, os meus desejos e as minhas paixões.
Deixo-te ler cada grito do desejo desmedido que sinto por ti.
E, quando abandonas o meu olhar, a tua expressão de felicidade entrega-te. Nesse instante, sinto que percebes que jamais poderei dizer o que sinto por ti.
Porque não é dizível. Porque não existem palavras que o exprimam. Apenas um olhar.
Às vezes tenho medo de olhar nos teus olhos do que eles possam dizer e eu pensar que entendo
sem perceber... e perceber sem entender... então tenho medo... de não ser o que penso
quando penso a sonhar o que eles querem dizer!...
És meu Universo, és o meu sonho, fazes de mim quem eu sou, segurar-te em meus braços é mais natural
 para mim do que o meu próprio batimento cardíaco, cada sopro de mim é um suspirar por ti, pulsas em mim numa adrenalina que me mantém vivo. Eu penso em ti o tempo todo. 
Mesmo agora, enquanto estou sentado aqui, a escrever sobre o luar ténue, eu penso sobre ti. 
Nunca poderia ser mais ninguém. 
Que chama é esta que queima o meu coração? Renasce das cinzas a cada dia sempre e mais. É chama viva que incendeia e me enlouquece... Dor invisível doendo sem autorização ou medida.
Há dias que é tão grande que não consigo respirar...
Deixa eu dizer-te que te amo... 
Deixa eu repetir a mesma frase sem notar
E repetir várias vezes sem parar
Eu amo-te, eu amo-te…
Fico enrolando nestas linhas procurando um elogio ainda não descrito
Uma frase única para ser destinada apenas para ti.
Deixa eu dizer-te como é bom poder te amar
Ter-te comigo, conversar, puxar assuntos só para ver-te falar
Ficar debaixo do cobertor assistindo e observar-te dormir
E então os poemas são criados pronunciados no olhar
Digitados pelo coração acelerado em ritmos frenéticos
Se eu ao menos pudesse escrever, mas neste instante não quero acordar-te
Quero deixar meu braço dormente sacrificar ao vento as palavras que não podem ser escritas
Porque sei que encontrarei de volta em teus beijos, em cada sorriso
Encher meu pensamento de frases que alojam-se em lágrimas nos meu olhos
E quando tento descrever em versos repito
Eu amo-te, Eu amo-te...
Entre frases resumidas e representadas por uma única palavra
Quero apenas dizer-te que nada seria escrito se não tivesse vivido todos esses
momentos contigo é tão rápido e intenso não vou parar
vou descrever esse amor quem sabe um dia vou poder falar-te
Olhar em teus olhos e dessa vez não vou esquecer de respirar
Vou falar sem ser apenas no olhar
E se nada conseguir dizer... puxarei-te para perto, bem perto
E deixarei que escutes...
Fecha olhos eu peço-te
Talvez repita o mesmo verso
Mas a tradução só mesmo teu coração pode dizer-te...
Dizer-te não por palavras, não por gestos... mas por uma vida inteira!!!




P.S. Carpe Diem 

Felina!!!


No seu olhar habita uma Pantera, pronto a saltar da alma... Sobrevoa a minha vida deixando-me com Medo e Fascínio. Com a índole pérfida dos felinos, diverte-te, brinca até ao limite da resistência das suas presas.
Porque não sente prazer em devorá-las rapidamente. Em seu julgamento subtil é força e cenário.
Sua clemência fingida é teatral, e este é o jogo – O seu Jogo. A sedução elegante que mistifica o predador, articulado até ao acto final, quando salta do olhar.
Quase Mortal, a fera solta ama, envolve e encanta. Serve-se do farto banquete – meu banquete... Saboreia a presa que lhe entrega cada parte.
Com Arte, saboreia parte por parte. E neste único momento faz permissões, mutuas satisfações – em proveito próprio.
Mas logo, por cautela a alma, recolhe o tigre aos olhos, frio, volta à jaula fria e se protege até a próxima caçada, quando a fome e a sede atiçarem seus instintos. 
Abatida a presa respira, recompõe-se, dorme e sonha com os dias de espreita e caçada.


P.S. Carpe Diem

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Fé e Esperança




Mais uma bela surpresa.... 
“Life of Pi” é um filme encantador, capaz de enternecer o coração de miúdos e graúdos.
Um filme pelo qual se esperava preencher minutos com imagens bonitas, quando na verdade nos deixa sem palavras!!!
No início, o fio narrativo faz lembrar o também oscarizado “Forrest Gump”. O Publico é apresentado a Pi Patel (Suraj Sharma na versão adolescente da personagem), um menino diferente dos restantes e deveras inteligente, que se interessa por assuntos que não lembram a ninguém e que decide tornar-se adepto de todas as religiões à face da Terra. À medida que vai crescendo, Pi vai enfrentando as várias facetas do mundo terreno, encantando-se com alguns aspectos e tornando-se melancólico em relação a outros. 
Ao atingir a adolescência, contudo, o seu mundo altera-se por completo. A família de Pi decide levar o zoo que administra para o estrangeiro, mas o navio em que viajam tem um acidente e acaba por naufragar. Todos os tripulantes (homens e animais) morrem nas águas geladas do Pacífico, excepto o próprio Pi, um tigre feroz que dá pelo nome de Richard Parker, uma hiena irritante, uma zebra assustada e um símio pachorrento. Estes cinco seres vivos buscam a salvação num pequeno bote salva-vidas.
A beleza dos cenários e a harmonia com que Ang Lee usufrui da tecnologia para levar a bom porto uma história difícil de contar são os aspectos que mais saltam à vista neste “Life of Pi”. Lee filma a Índia como ninguém havia feito antes, submetendo o espectador a um delírio visual e auditivo que tão cedo não será esquecido. A partir do instante em que o navio naufraga e a batalha pela sobrevivência começa, “Life of Pi”
torna-se menos encantador. Mas, curiosamente, é aí que se torna também mais divertido e onde Lee saca da cartola uma palete de cores verdadeiramente deliciosa. Há muita coisa a retirar desta obra, desde o respeito que deve haver pela condição animal à forma como a imaginação pode salvar a vida de uma pessoa nos momentos mais delicados. É um filme com uma mensagem oculta muito forte, aproveitando-se de metáforas e do poder da imaginação para alcançar lições de vida bastante relevantes.  Muitos dos planos de câmara são avassaladores e os efeitos especiais merecem igualmente uma palavra de destaque.
A escolha do actor foi perfeita. Ele passa legitimidade como contador de história. E mesmo que apareça muito menos que o jovem Suraj Sharma, que vive Pi na juventude, Khan é fundamental para esta história. Ele nos fascina como narrador da mesma forma com que impressiona ao escritor estrangeiro interpretado por Rafe Spall. Porque ele, no fundo, somos todos nós, “ignorantes” na cultura e nas peculiaridades dos indianos. Olhamos para aquela realidade, a exemplo de Slumdog Millionaire, com admiração e fascínio. Afinal, é uma cultura muito diferente da nossa e, ao mesmo tempo, ela guarda certas semelhanças com a diversidade e os contrastes da Europa e do Ocidente... 
O segundo ponto que me fascinou na história foi a sua ideia de diálogo religioso. Não demora muito para Pi nos ensinar que todas as religiões são válidas porque todas, há sua maneira, tratam de devoção, respeito a uma (ou mais de uma) divindade(s) e de amor. Mas ao invés de igualar todas as religiões, o protagonista deste filme mostra as diferenças entre elas, e como cada uma pode tornar o homem melhor de uma maneira diferente. Assim, Pi segue o hinduísmo, como qualquer indiano, encarando os seus diversos deuses como super-heróis... fica fascinado com o cristianismo, admirando a história de doação de Jesus... e também conhece Deus através do islamismo, quando percebe como a religião pode ser sentida fisicamente e dar paz de espírito. Nas palavras de Pi, ele conheceu a fé pelo hinduísmo, o amor de Deus pelo cristianismo e a serenidade e a irmandade pelo islamismo.
Um belo exemplo!!! De como a curiosidade pacífica pode levar uma pessoa a conhecer o melhor das diferentes religiões e, desta forma, entender melhor os seus irmãos. O curioso é que, em casa, Pi tinha um pai ateu e uma mãe que não era muito religiosa, mas apegada ao hinduísmo como um último elo de ligação com as suas origens. Com isso, nosso personagem mostrava carácter e independência na forma de pensar. Algo que lhe acompanharia para o resto da vida. Essa reflexão, jogada tão cedo na tela, fascinou-me. E para fechar, Pi ensina que há muitas dúvidas para quem acredita, mas que isso é importante quando a fé é vista como algo vivo. E aí vem outro ponto interessante da história.
Pi aprende, com Mamaji, que o medo paralisante ou desesperador poderiam ser os seus principais inimigos. Assim, ele não aprende apenas a lidar com a água, mas também a ter um grande fascínio pelos animais. Especialmente por Richard Parker, um tigre de bengala que faz parte do zoológico da família. Ele respeita o tigre e tem uma grande admiração por ele. Mas aprende, com o pai, que deve temê-lo, e encará-lo como um animal cruel. Qualquer ligação afectiva que Pi possa acreditar que existe, ao olhar no olho do tigre, ensina Santosh Patel, deve ser vista pelo filho como um reflexo de suas próprias expectativas.
Esta é uma forma de olhar para um tigre e para a Natureza. Mas há outras... E grande parte de Life of Pi vai tratar desta segunda maneira de encarar a Natureza. Ela é fascinante, e podemos aprender muito com as características de cada animal. Assim, quando Pi está sozinho com quatro tipos de bichos em um barco após o naufrágio do navio que está levando ele e a família para o Canadá, ele observa as características essenciais de cada um deles. Aprende a entendê-los, respeitá-los e temê-los. Mas depois, quando fica sozinho com Richard Parker, percebe o quanto o “diálogo” entre eles é o que garantirá a sua própria sobrevivência.
O visual é fantástico, e a trilha sonora de Mychael Danna ajuda a embalar a história e torná-la ainda mais emotiva e dinâmica. O aprendizado de Pi com Richard Parker e vice-versa é pura fantasia e, para pessoas que não se importam com histórias assim, um verdadeiro brinde.
Mas aí que o filme nos prega uma partida e revela, perto do fim, toda a sua grandiosidade. Afinal, ser apenas uma história difícil de acreditar, mas fascinante, da sobrevivência de um jovem de um naufrágio junto a um tigre, não tornaria Life of Pi grande. Seria, apenas, interessante, bem feito, bonito. Mas quando descobrimos, como o escritor que escuta este conto, que esta história é uma grande parábola para o protagonista lidar com a própria dor e com aquela situação traumatizante, percebemos o quanto Yann Martel realmente escreveu uma grande história. Ao pensar em tudo que acontece após o naufrágio com pessoas específicas no lugar dos animais, Life of Pi ganha outra dimensão.
As pessoas são, muitas vezes, muito mais cruéis que qualquer “animal selvagem”. Somos capazes das maiores brutalidades, das acções mais inacreditáveis – para o bem e para o mal. Life of Pi trata um pouco sobre isso. Aproxima-nos das nossas origens, animais, mas revela, também, como podemos superar estas origens para darmos exemplos de grandeza. De valentia, coragem, generosidade e amor. Os japoneses, que sabem como poucos lidar de forma lírica com a dor e a perda, conhecem bem a força de uma parábola. De uma história fantástica para tratar de sentimentos importantes. Não por acaso, são japoneses que escutam Pi e fazem um relatório final que ajuda a consolidar a sua história.
Muito bem pensado, e muito relevante, a pergunta que Pi faz para o escritor – que somos nós – no final. Qual história nós preferimos, levando em conta que nenhuma delas explica o naufrágio e nem elimina a dor e as perdas que ele sofreu? Fica a critério de cada espectador fazer a sua escolha. Mas evidente que esta é uma alegoria, uma forma poética de encarar uma realidade que foi muito mais cruel. Um belo ensinamento, em todos os sentidos. 
Nada como ser surpreendido positivamente, não é verdade? Eis aqui uma história interessante e diferenciada, rara no cinema actual. Um filme que fala como as parábolas fazem sentido. Como é belo pensar em uma forma diferente de encarar a dor, e de enfrentar situações que não deveriam ter acontecido. A perda e a dor podem ser embaladas de uma forma diferente para conseguirem ser levadas adiante. Lindo visualmente, Life of Pi é ainda mais bonito na mensagem.
Um exemplo de como a fé e esperança pode dar uma nova luz no caminho!!! 



P.S. Carpe Diem