quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Antes de o amanhecer acabar...



Hum doce amanha... meu alento,
Minha poesia precisa de vento,
de abelhas e passarinhos,
porque, é como semente...
A esperar pelo momento,
enquanto espalham-se os caminhos,
de germinar em nascente.
Quem sabe onde? Não sei...
Quem sabe são as abelhas,
os passarinhos e o vento...
Onde o acaso é rei.
Em qual girar do remoinho
irá acender-se a faisca.
Longe do olhar meu,
ou de todos que conheço,
talvez floresça outra poesia,
sem importar de onde se deu
e com o frescor do começo.
Todo o amor que em si trazia.
Flores que o acaso semeia,
assim é o que enquadro
e que sobrevive além de mim,
emoldurado na emoção alheia.
É espelho é não quadro.
A imagem a si pertence,
o espelho empresta-lhe a face,
e cada reflexo, espelha diferente...
Sementes e espelhos, poesia “non-sense”
que as abelhas e ventos dá-se,
Até florirem num reflexo apenas...

Apenas...Apenas???
O que é um apenas?
Se no mínimo, nada é sólido.
Pois, entre as células há espaços,
entre os milhões de milhões de dezenas,
átomos flutuam, no inteiro inválido.
Orbitando por magia e não por laços.
O que nos mantém inteiros?
Se as partículas soltas giram
na atração de micro galaxias orbitam,
a compor o barro, vaso, flor e oleiro,
o sábio e os que deliram...
Sendo todos do mesmo, e diversos resultam.
Mas isto, não impede de dizer-mo-nos um.
O paradoxo, verdadeiro pode ser...
Se nada é inteiro, o todo é unido.
Então, o que nos difere do comum,
de electrões gravitando no vazio, 
preenchido de coisa nenhuma... ?
O pensar, etéreo, o querer puro e fluido.
Por isso, quando enluvados de amor
nos sentimos plenos; o querer move a balança.
"És parte de mim, por tu és: “Nós”."
E isto, é o mais próximo em teor
do inteiro. E há esperança
de dois formar um, e mais que sós.
Enquanto...

O sol a iluminar o oceano
faz meu espírito dourar
quebrando o escuro desengano
com sua luz em meu rosto,
trocando a vida pelo brilho fosco,
reacendendo a chama que de repente
tende a tremular e a apagar-se.
No topo da mansidão celestial
abre-se em leque, intensa luz,
inimaginável cerimonial,
a reverenciar o astro rei
reflectindo a paz que desacreditei,
aquecendo meus frios passos nas águas
flutuantes de um mar que nunca naveguei.
Ondas profundas dissipando brumas,
a embeber de brancas espumas,
penetrantes e insólitas, a pele esfacelada
de dias sombrios pela ausência do sol,
quebrando na areia o cheiro de sal,
retrocedendo ondulantes em direção horizontal
onde se confundem céu, sol e mar.
Ponto de encontro de aves marinhas
que ao cair da tarde juntas se aninham
sem nunca manchar o azul
nem macular o branco,
mostrando a alegria de um mundo brando
deixando no ar vestígios da paz
num voar tão leve que no céu descreve
tanta simplicidade a me tocar o coração.








p.s. Carpe Diem


Sem comentários:

Enviar um comentário