terça-feira, 5 de julho de 2011

Insano Poeta!!!



Era ainda uma criança, 
Sendo a mais pura esperança
de uma vida de mudança.
Ainda não sabia de poesia...
E meus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas
E sem nenhum esforço, conseguir tê-las.
Ainda não sabia de poesia...
E de meus passos, a mais linda coreografia,
De minha alma a expressão que traduzia
Naquela dança, a vida que em mim surgia.
Ainda não sabia de poesia...
Fixava meus olhos no desabrochar da flor
E a via pequena, gigante, de tanta cor.
Nenhuma outra magia a tiraria desse esplendor...
Ainda não sabia de poesia...
Meus pés descalços na água do mar
Transformavam sal em açúcar
E as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
Baptizavam meu corpo de menino.
Percebi a poesia...
Ao descobrir o descompasso do meu coração.
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
E no papel...
Registei o que sentia...


Senti a poesia...
Descobri a sua morada.
Por todos os cantos, recantos,
Encantos e desencantos.
Viu-se cercada...
E a poesia mora
Na lágrima que descola,
No sorriso que esconde a dor,
No riso anunciando amor.
No botão que transforma-se em flor.
Ela está por toda a parte.
Basta apenas perceber
E do estado latente,
Fazê-la acontecer!!!



São as forças das forças
Que regem o Universo
Que me inspiram estes versos.
É a loucura que empossa
Em mim, o delírio de despalavrear
Tudo que possa estar em mim!
Nunca me admiro porque tudo é giro
Apenas miro a miragem de passagem
Quando vagueio nas vésperas da amargura.
Falo sem censura! E se ninguém atura
As verdades de mim que eu espalho
Pouco me importo e de novo: sem censura!!!
Duvido haver dúvidas da sinceridade
Que eu prego quando retrato versos!


Poema que estás por aqui escrito
Perdido entre grupos e páginas
Alguns lêem-te e acham-te belo
Outros apenas mais um poema...
Nestes versos delicados e sentidos
A tua alma não está aqui, apenas
Para ser avaliada em um poema
Nem muito menos na sua rima...
Não crio palavras ilusórias, 
Nem quero saber da qualidade
Mas sim no sentir do coração...
Lembra-te do Luis Vaz de Camões
Que apenas ficou imortal, depois de morto
Quanta dor abrasou o seu pobre coração
Nos seus versos de amor eterno, escritos...
Por isso eu amo ler um poema, adoro
Que não tenha leituras algumas, solitárias
Nem mesmo um simples comentário, nada
Eu leio-o e fico arrepiado, tinha alma...
Vi o sentimento do poeta, desconhecido
Aquele que nunca é lido e nem lembrado
Nas delicadas páginas deste meu poema
Eu te aplaudo poeta pela tua bela obra.

Hum, já homem, 
Ainda devaneio
Ainda escrevo
Escrevo quase tudo.
Faço o melhor que posso.
Escrevo como quem se despe
Sem o mínimo de pudor
Pequenas confissões,
Grandes constrangimentos.
Experimento todas as palavras
Para mantê-las sempre ao meu dispor.
Desde poemas sobre gratidão
Até os sobre rancores fúteis,
Parece que, todas as vezes, os meus sentimentos
Esbarram no AMOR.
Eis a magia da poesia...
Transforma cada lágrima caída 
Numa gota no vasto oceano,
Cada sorriso perdido
Numa estrela a cintilar no céu profundo!!!



Já escrevi tanto sobre mim,
Mas, hoje, entendo que, seja o que for,
no fim de contas, é sempre sobre mim
e nisso sou realmente o melhor.
Mas existe um fim?
Um dia, não haverá mais o que dizer?
Ou sempre haverá poemas irradiando sobre papel
como se eu já os conhecesse de cor?
Não sei...
Então, caro leitor, fica com este!
Leva-o embora contigo,
Enquanto ainda há alguns
guardados dentro deste pobre autor.




p.s. Carpe Diem


4 comentários:

  1. Não há dúvida que te corre, nessas veias, uma inspiração poética, uma força capaz de transformar os sentimentos, as sensações em palavras... palavras essas que permanecem porque escritas e não ditas.
    Tiro o meu chapéu e me inclino perante tanta sobriedade e tanta soberania na escrita. Contudo, começo a ficar com a "cabeça pendurada na lua" com a dificuldade de falar que o poeta tem. Sentir-se-á só? Sentir-se-á incompreendido? Não sei... mas fico perplexo!
    Quanto ao poema, ele acaba por revelar sempre da personalidade do poeta. Não é o que fazíamos nas aulas de portguês? Não pretendo analisar o poeta mas é indiscutível sobressaír alguns traços, alguns receios, alguns medos, alguns problemas.
    "Insano poeta" tem muito que se lhe diga... até a escolha do próprio título!!!

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  2. Verdade absoluta que em minhas veias corre poesia, ou pelo menos pequenos de fragmentos de tal "Arte"...
    mas é fruto de ser um romântico por natureza, um apaixonado pela vida, vivo os sentimentos ao máximo, vivo o Carpe Diem, e torno os meus dias o mais extraordinários!!!
    E como poeta, normal que as palavras sejam mais capazes de me descreverem!!!
    Meus poemas, meus retratos, meus desabafos minhas preocupações dizem de mim mais do que as estrelas sobre o meu céu, se sou insano? sou por vezes ... por vezes é sábio um pouco de demência :D

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  3. Nada de errado em ser romântico, em tentar aproveitar ao máximo os dias, a "tal" oportunidade que Deus nos dá para fazer as coisas serem diferentes!
    Nada de anormal e insano, as palavras do poeta descreverem o que lhe vai no coração, na mente!
    Tudo errado e anormal e insano quando o poeta se isola, se sente abandonado e só, incompreendido pelo mundo e pelas pessoas e vê na sua poesia o único refúgio para ser ele próprio

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  4. concordo plenamente com a parte inicial,
    mas não posso deixar de discordar com o ultimo...
    principalmente vendo que se refere a mim, não me isolo e tão pouco me sinto abandonado ;) sinto de tal forma o mundo, que me sinto unido com a própria natureza, e com a pessoas que me rodeiam, a vida é bela, e eu vivo-a ;)

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